Imóveis podem ser boa alternativa para garantir aposentadoria

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Se planejada com antecedência, aposentadoria pode ser antecipada sem‘baixar padrão de vida’ da família



Na década de 70, o valor máximo que os segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) poderiam receber na aposentadoria (chamado de teto), representava cerca de 20 salários mínimos. Atualmente esse teto “desabou” cerca de 70% e está em R$ 4.390,24, valor que representa cerca de seis salários mínimos. Com o envelhecimento da população é muito provável que esse valor caia ainda mais nos próximos anos.

Contracenando com este teto, segundo dados do Centro de Políticas Sociais da FGV, todas as famílias incluídas nas classes sociais A e B, e cerca de 40% da classe C, possuem rendimentos superiores ao teto da aposentadoria. “É praticamente impossível manter o padrão de vida contando apenas com a aposentadoria. Mesmo com esse cenário, uma ínfima parcela da população se preocupa em complementar a renda da previdência social com outros recursos, e quando conseguem se aposentar pelo INSS, acabam por não deixarem de trabalhar para não ‘baixar’ o padrão de vida da família. Trabalhar após a aposentadoria é uma virtude, mas chega uma hora na vida que todos precisam descansar, ou então a saúde pode ser comprometida. Se planejada com antecedência, a aposentadoria pode ser antecipada sem ‘baixar o padrão de vida’ da família, porém, além da antecedência, boas escolhas devem ser feitas”, disse Gustavo Junqueira, sócio-proprietário da Imobiliária Junqueira.

Segundo ele, existem diversas alternativas de complementação de aposentadoria através de investimentos financeiros, como fundos diversos, previdência privada, renda fixa e ações. “Porém, fazendo uma análise considerando o histórico dessas aplicações, o risco, a rentabilidade, segurança e até mesmo o emocional e a cultura das pessoas, concluímos que possuir imóveis para locação é uma das melhores alternativa para se complementar a aposentadoria. É de senso comum que imóveis não possuem liquidez, porém, ao pensarmos em aposentadoria, esse fator pode ser positivo. Quando se têm aplicações financeiras com liquidez, o fator emocional pode colocar tudo a perder: a vontade repentina de trocar de carro, fazer uma viagem cara, ou até mesmo um empréstimo a um parente necessitado são acontecimentos que surgem nas nossas vidas e a nossa consciência pode acabar pendendo para o lado emocional, deixando de lado a razão e o dinheiro reservado para a aposentadoria acaba sendo destinado para fins menos importantes, muitas vezes dispensáveis e dignos até de arrependimentos futuros.”

Em relação à valorização dos imóveis no Brasil, Junqueira destaca que, segundo a FGV, os imóveis subiram em média 12,9% ao ano desde 2004, percentual satisfatório se a poupança, que na média da última década rendeu 6,14% ao ano, for levada em consideração.

“Ao se investir em imóveis para aposentadoria, devemos levar em conta que essa é uma modalidade de investimento de longo prazo, e que além da valorização nominal do bem, existe a rentabilidade mensal dos aluguéis, que em média representa 0,5% do valor do imóvel. A ideia de se investir em imóveis é utilizar o aluguel recebido mensalmente para complementar a renda sem mexer no principal, que permanecerá constantemente valorizando.”

Ele também destaca que um fator indispensável na hora de se investir em imóveis para a aposentadoria é a escolha de uma boa imobiliária na hora da compra e posteriormente para administrar os bens. “A escolha por administrar os próprios imóveis por si só é um fator que impede que a pessoa se aposente efetivamente, pois ela terá muito trabalho e no final das contas o prejuízo real será muito maior do que as taxas da empresa administradora.”

Matéria Jornal de Piracicaba, por Gustavo Junqueira