Uma cidade à parte - Santa Terezinha

quarta-feira, 1 de outubro de 2014


Uma “cidade” independente, onde todo mundo se conhece. Assim é Santa Teresinha - que completa hoje 191 anos - para os seus moradores. Distante cerca de 15 quilômetros do Centro, o distrito é um gigante em números. Só em seus 11 bairros vivem 49.555 pessoas, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010. E em sua região, a Norte, existem 29 loteamentos, segundo o Ipplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba).

Ontem à tarde, as ruas do comércio do distrito estavam agitadas. E todo dia é assim, já que quem precisa fazer serviços bancários, compras, contratar advogado ou até alugar uma casa não precisa sair de lá. Essa é uma das grandes vantagens, segundo o comerciante Paulo Sérgio Vitória, 43 anos, que vive na região desde que nasceu. Há um ano ele comprou uma loja de materiais elétricos, instalada há 20 anos no mesmo local, na rua Virgílio da Silva Fagundes. “Aqui temos agências do Bancos do Brasil e da Caixa Econômica e as pessoas optam por ter contas nesses bancos para não precisar ir ao Centro. Só vamos para a Vila Rezende quando precisamos de cartório”, diverte-se ele. “Tenho saudade da Piracicaba antiga. Aqui é mais tranquilo porque todo mundo se conhece”, justifica ele. Vitória conhece tão bem as pessoas que até vende fiado para algumas ainda, como se fazia nos tempos antigos.

AMOR
Aos 89 anos, Irene Nalin Mardegan é uma das moradoras mais antigas de Santa Teresinha e se enche de orgulho. “Minha vida é aqui. É maravilhoso”, elogia ela, que vive na mesma casa, ao lado do açougue da família, há 65 anos. “Aqui tem tudo. Dois atacadões, lojas. Nossa igreja há 50 anos já é paróquia”, descreve ela, que integra o coral da Paróquia de Santa Teresinha, onde  para chegar basta atravessar a rua. Dona Irene também orgulha-se de outra coisa: do chadman e do chouriço que ela mesma faz para vender no açougue. “Vem gente de fora para comprar”, diz.

A balconista Analice Reis veio do Maranhão para viver em Piracicaba há sete anos. Há seis meses mora em Santa Teresinha, próximo ao Parque Histórico Quilombo de Corumbataí. “Aqui é muito sossegado. Frequento muito o parque. Também tem tudo pertinho, supermercados, lojas”, enumera.

A operadora de caixa Silvia Gomes nasceu na Vila Rezende, mora no bairro Vila Sônia e trabalha em Santa Teresinha. Para ela, o grande diferencial do distrito são as pessoas. “São muito amigáveis. Todos se conhecem. Parece uma cidade pequena. Se tivesse hospital seria perfeito”, opinou.

FUTURO
E o futuro do distrito vem sendo pensado no Plano Diretor do município. De acordo com Lauro Pinotti, diretor-presidente do Ipplap, até o final deste ano serão aprovadas as macrorregiões e uma delas envolve a área de Santa Teresinha até o também distrito de Ártemis. “Existem vários empreendimentos aí e vamos levar estrutura, serviços. Vamos priorizar os empreendimentos mque criem oportunidades de empregos, para absorver as pessoas que vão morar lá”, explica Pinotti.

Ele também lembrou que a microbacia do Corumbataí vai ganhar um parque linear, que vai interligar bairros da região a parques como o Quilombo e da Cidade. Diante disso, entre os planos está o transporte coletivo feito por meio de barcos, que ligaria a região ao largo dos Pescadores. “Seriam barcos coletivos, como ônibus”, vislumbra Pinotti.

Jornal: Gazeta de Piracicaba