Imóveis Antigos: Investir ou não? - Gustavo Junqueira

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Até que ponto é vantajoso apostar em imóveis antigos como investimento?



Em busca de um investimento imobiliário sólido ou de um local novo para morar, muita gente acaba se deparando com ofertas de imóveis considerados “antigos”. Mas vale a pena arriscar seu dinheiro e planejamento em um imóvel com mais de 20 anos de experiência? Quem explica esse e outros pontos sobre a aquisição de imóveis que vão á contramão dos novos lançamentos é Gustavo Junqueira, proprietário da Imobiliária Junqueira.

O primeiro ponto destacado por Junqueira é a real definição de um imóvel tido como antigo, e para saber se ele se encaixa nessas categorias algumas características específicas como bidê nos banheiros, apartamentos sem varanda, forro de madeira, revestimentos antigos, com apenas uma ou nenhuma vaga, etc, detalha.

De acordo com o profissional, uma vantagem recorrente em imóveis antigos é a sua localização já que por terem sido concebidos em épocas com menos investimentos imobiliários e com a cidade em menor escala, as construtoras tiveram mais vantagens na escolha de terrenos em locais mais nobres. Isso, segundo Junqueira, possibilitou “ a construção de edifícios com apartamentos acima de 130m², considerados espaçosos se levarmos em conta os lançamentos atuais”, mas o outro lado da moeda no caso dos imóveis antigos pode complicar a vida dos moradores. “ A desvantagem desses edifícios é quase sempre a garagem, que geralmente é de uma vaga por apartamento ou até mesmo sem vaga”, aponta Junqueira.

Alguns conceitos utilizados nos imóveis de décadas atrás foram descontinuados com o tempo e, hoje em dia, não dão mais as caras nos novos lançamentos. Além disso alguns fatores tecnológicos jogam contra quem opta pela compra de um imóvel antigo, tanto que Junqueira destaca alguns pontos que pesam a favor ou contra no quesito funcionalidade. “ As construções se transformam ao longo dos anos devido ás novas tecnologias e mudanças de hábitos das pessoas. Hoje é pouco usual uma nova construção com menos de duas vagas na garagem, com quarto de empregada, ou sem portão eletrônico. Os grandes banheiros com bidê também ficaram no passado, bem como as “casinhas de gás”. Outra mudança marcante se estabeleceu nas cozinhas, que agora são separadas da sala de jantar apenas por meia parede, conhecidas como “cozinha americana”, explica.

O Investimento vale a pena?

De acordo com Junqueira, a questão do investimento é muito relativa, pois depende do objetivo final de quem está comprando o imóvel, das condições do local, seu preço final e outros quesitos. “Existem muitas oportunidades no mercado de imóveis antigos em boa localização, pois você lida com compradores que herdaram ou adquiriram o imóvel há muitos anos e por um preço “ínfimo” se comparado aos dias atuais. Isso geralmente os torna mais dispostos a concederem descontos”, aconselha empresário.

Além disso, o profissional destaca alguns pontos que devem ser atentados pelos compradores antes da aquisição do imóvel. “Além das verificações de praxe, como a obtenção de certidões de proprietário e da propriedade, deve-se verificar se o imóvel está tombado ou em processo de tombamento. Muitas vezes o imóvel não possui características “antigas”, mas pode ser tombado devido a sua localização”, acrescenta Junqueira.

Ainda sobre a questão do tombamento de imóveis antigos, Junqueira ressalta como o procedimento ocorre em Piracicaba. “ Essas verificações devem ser feitas em três diferentes órgãos, que são Codepac ( Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba), Codephaat ( Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico) e Iphan ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Vale lembrar que o tombamento possui diferentes níveis e nem sempre inviabiliza a reforma do imóvel. Já na parte fisica o ideal é vistoriar o imóvel com um engenheiro para verificar as estruturas, possibilidades de reforma e modificações”, aconselha o profissional.


Outra questão que varia de caso para caso, segundo Junqueira, é a viabilidade de reforma no imóvel, se o valor final desse processo ainda faz com que a aquisição de um imóvel antigo seja mais vantajosa que um novo. “ Depende muito das condições do imóvel, valor da reforma que se pretende fazer, etc. De modo geral, se a planta do imóvel agradar e a parte estrutural do imóvel estiver em boas condições, financeiramente a reforma é mais viável.”, finaliza.